Estamos às vésperas de uma nova assembleia regional da UEB/RS.
Essa, em particular, está sendo aguardada para por fim a um ciclo maléfico de 6 anos.
O fim de um ciclo marca o início de outro em que novamente depositamos a esperança de que não se repitam os erros dos anteriores.
Há seis anos um grupo de pessoas, que sequer estava praticando Escotismo, se registrou uma em cada grupo, numa simulação sem precedente para concorrer às eleições. Além disso, para se elegerem, fizeram promessas, pactos e alianças de todos os tipos.
Promoveram reuniões pelos recantos do Estado, disseminando inverdades e fazendo promessas para cumprir nos 3 anos de mandato, mas que, em verdade, não se realizaram nos 6 anos em que ficaram à frente da UEB/RS.
O resultado desses 6 anos não surpreendeu, era inevitável. O que esperar de pessoas que, às vésperas da eleição, se registram aos grupos para poder concorrer? Nada de positivo. E a partida não poderia ser outra, senão pela porta dos fundos.
Como essa realidade, daqui a menos de 48h, será passado, e não existem registros positivos a serem feitos, não vamos mais perder tempo com ela.
Antes de abordarmos o futuro com uma nova diretoria regional, temos que tratar da reunião da assembleia e as deliberações que nela deverão ser tomadas.
A primeira deliberação será em relação à ata da última reunião. Lembro que naquela reunião comprovei que a ata da assembleia de março/12 fora adulterada e ela não foi aprovada.
A falta de transparência, que é uma característica marcante dos que estão partindo, continua, e eles não divulgaram as atas de 2012. Não divulgaram a ata que falsificaram e que deveria ter sido refeita, e nem divulgaram a ata da segunda reunião da assembleia regional.
Diante desta falta de divulgação prévia das atas, impede-se uma apreciação responsável das mesmas. Portanto, a assembleia deverá ser firme em não colocá-la sob regime de aprovação, pois deverá ser previamente confrontada com a gravação da mesma.
Portanto, a primeira deliberação consciente da assembleia deverá ser no sentido de não colocar as atas em aprovação por falta de tempo hábil para confrontá-las com as gravações das reuniões a que correspondem.
A segunda deliberação a que os membros da assembleia deverão estar atentos é em relação às contas. O diário não foi franqueado à consulta e nem os documentos da contabilidade.
Nas contas analisadas em 2012, constatei inúmeras irregularidades nos documentos contábeis que, muito provavelmente, devem ter se repetido.
As irregularidades constatadas nas contas anteriores não permitiriam serem aprovadas.
Portanto, proponho a todos que não permitam que as contas sejam levadas a aprovação por falta de disponibilização do diário e documentos para a adequada análise.
Proponho que a assembleia determine a apresentação de todos estes documentos para análise e, inclusive, que deles sejam tiradas cópias para a devida comprovação das irregularidades.
Por último, em relação a este assunto, solicito encarecidamente que analisem o diário e o caixa para poderem votar com responsabilidade quando as contas forem colocadas para aprovação.
Peço-lhes, encarecidamente, que não votem pela aprovação, ou desaprovação, das contas, sem que tenham analisado as mesmas. Votem para que possamos analisar toda a documentação com tempo apropriado e as contas sejam levadas à aprovação em outra reunião da assembleia.
Por último, em relação à assembleia, peço que sempre que tiverem que votar, o façam conscientemente, e não porque pediram para votar de uma forma ou outra.
Façam valer um dos seus direitos mais importantes, votar. Se você não tiver elementos suficientes para exercer seu direito de votar em relação a algum assunto, não vote, se abstenha.
É mais digno, e responsável, se abster do que votar sem saber no que se está votando ou por que pediram ou determinaram que vote desta ou daquela forma.
Não se deixem enganar pela fala macia, pela atenção que nunca lhe deram antes de se tornarem ou proporem alguma candidatura. Desconfie daqueles que, de repente, aparecem com a solução dos problemas. Desconfie, também, daqueles que seguem se candidatando a qualquer cargo e, sempre que eleito, não deixaram qualquer herança positiva no exercício do cargo.
Antes de votar em alguém, analise o que esse alguém já fez e se possui capacidade para exercer a função a que esta se candidatando.
Seguindo, constata-se que teremos chapa única para a diretoria, portanto, a aclamação será inevitável.
A última vez que tivemos uma chapa única foi a cerca de 15 anos.
Como não haverá disputa, posso me manifestar apontando o que entendo de positivo e de negativo nesta chapa, sem que possa prejudicar sua eleição.
O maior ponto positivo desta chapa, também é seu maior ponto negativo. Jovem e inexperiente.
O positivo de ser jovem é, em tese, seus membros estarem com a motivação de principiantes, possuírem a energia necessária para as funções e não estarem contaminados com os vícios da política da UEB.
O negativo de ser jovem é a inexperiência, o que poderá ser superado se tiverem a humildade de reconhecerem essa limitação e se cercarem de pessoas com experiência para orientá-los e evitar que repitam erros que já foram cometidos anteriormente por outros.
Como sugestões, para a futura diretoria, consigno:
1) Adotar uma política para os adultos nos moldes do meu artigo anterior (6 – Adultos no Escotismo), o que em verdade já é previsto desde a adoção do documento Adultos Que Necessitamos.
2) Promover animação territorial descentralizada.
3) Disponibilizar material de apoio para auxiliar a execução de atividades para os distintos ramos a nível local.
4) Providenciar na aquisição de uma área própria da UEB para campo escola, eis que o Saint-Hilaire pode ser perdido a qualquer momento;
5) Adotar uma política de não gastar os recursos da região com despesas pessoais dos voluntários.
6) Adotar política de transparência com a divulgação de toda e qualquer informação.
7) Não permitir que seus interesses pessoais sobreponham os interesses da associação e dos jovens.
8) Tenham consciência dos limites de suas competências evitando gasto de energia com atribuições que não lhes cabem.
9) Encabecem um movimento nacional na UEB para que a sede nacional seja transferida para uma cidade apropriada para sua localização (Brasília, Rio de Janeiro ou São Paulo).
10) Encabecem um movimento nacional para a desfederalização da UEB, ou seja, para que o comando seja realmente centralizado (tipo BSA), única forma de garantir um padrão único e de alto nível para dirigir o escotismo no Brasil.
11) Sustentem uma proposta para a UEB adotar um sistema de franquia para a prática do escotismo.
12) Exijam que a comissão fiscal e a de ética sejam efetivas, com tolerância zero para irregularidades.
13) Não tenham qualquer tipo de constrangimento em reconhecer algumas limitações pela falta de experiência, pedir ajuda e fazer as correções de rumo que o tempo nos demonstra serem necessárias.
14) Não esqueçam que estão assumindo responsabilidades de gestão e não de execução de programa escoteiro.
15) E, por fim, que sempre tenham presente os princípios do Escotismo, independentemente do que e de quem se trate.
Assim, a partir de domingo teremos um Novo Recomeço, e só dependerá de todos nós para que, no futuro, este Novo Recomeço seja classificado como exitoso, ou não.
Sucesso a todos.
Mario H. P. Farinon
Boa noite, lendo o artigo fiquei com dúvida no seguinte item,
2) Promover animação territorial descentralizada.
O que exatamente ele quer dizer?
Saudações Thays,
Animação territorial descentralizada, quer dizer, promover atividades, cursos, eventos e tudo o mais, junto as bases, o mais próximo possivel das com unidades, de forma descentralizada.
Hoje o comum é a relização de eventos centralizados, em um único local do Estado. Descentralizar é realizar nos mais diversos locais do Estado, próximo de onde estão nossos grupos escoteiros, evitando que eles se privem das atividades por falta de recursos para se deslocar para locais distantes.
Se capacitarmos nossos adultos para executar cursos, eventos e atividades em geral, as atividades podem se realizar simultaneamente, ou não, em diversos locais, assim como foram concebidos os ELOS.
Exemplificando. Hoje realizamos o CAMPOTEC em Porto Alegre, a idéia é que ele seja realizado também em outros locais. E não precisa ser com os mesmos adultos, mas com os que estejam igualmente capacitados para tanto.
Esta é a idéia base.
SEMPRE ALERTA.
Mario Farinon
Chefe, o item 10 quer dizer dar fim as UEB’s regionais? (o que levaria às franquias do item 11? isso?)
Saudações Douglas,
O item 10 não é exatamente dar fim as UEBs regionais mas limitar sua autonomia e suborodina-la a um comando central para evitar que cada região faça o que bem entende, como hoje em dia.
O princípio da franquia é ter um padrão de ações que TODOS repetir exatemente igual. Ou seja, o mac donald é uma franquia de sucesso porque é exatamente igual em todos os lugares do mundo, ou seja, as pessoas sempre terão certeza de que ao procurar um mac donald, em qualquer lugar do mundo, sempre encontraram a mesma coisa.
Ou seja, em termos escoteiros, se adotarmos o princípio da franquia, como a Boy Scouts of America adota, o escotismo que for praticado em qualquer lugar do Brasil será o mesmo, garantindo um mesmo nível de qualidade.
Certa vez li um artigo sobre o lenço escoteiro, escrito por um equatoriano que era reitor de uma universidade e transitava pelo Vaticano. Ou seja, um camarada muito culto. Ele tratava do lado negativo do lenço escoteiro, o mesmo lado negativo de outros símbolos, e que a maioria não percebe.
Uma bandeira, um símbolo é o ideal para reunir pessoas que se identificam com elas, gerando uma verdadeira identidade e união entre estas pessoas.
Entretanto, esta união acaba gerando um isolamento em relação aos demais, aos que possuem outra bandeira outro símbolo.
Portanto, se queremos que o escotismo no Btrasil seja uno, assim como na BSA, a bandeira, os símbolos e o lenço deverá ser o mesmpo para todos.
Temos no Brasil uma velha e irraigada tradição dos lenços, bandeiras e distintivos de grupo, o que são um fatgor de união do grupo, entretanto, impede a união nacional.
Por este motivo quando participei da direção nacional criei a possibilidade e passei a incentivar os grupos a usarem o lenço nacional para criar a idéia de identidade nacional.
Enfim, a liberdade e autonomia demasiada dos grupos e regiões acarreta a fragilidade da UEB.
Este é o princípio e por esta razão falo da desfederalização e da política da franquia.
Até breve.
Farinon
10) Encabecem um movimento nacional para a desfederalização da UEB, ou seja, para que o comando seja realmente centralizado (tipo BSA), única forma de garantir um padrão único e de alto nível para dirigir o escotismo no Brasil.
11) Sustentem uma proposta para a UEB adotar um sistema de franquia para a prática do escotismo.
prezado, com relação ao item 10, quem acompanha as informações da UEB nacional, participa dos cursos, le os decretos e orientações, sabe que há um movimento nos últimos para “padronizar” o escotismo no Brasil. Comece por acompanhar os cursos preliminares e básico, na qual a apostila adotada agora é (ou deveria ser) a mesma em todas regiões escoteiras.
Devemos nos atentar que “padronizar” não é a palavra correta, pois cada região escoteira tem suas características particulares, suas limitações, problemas e culturas que devem ser levadas em consideração e respeitadas.
Sobre o sistema de franquias, de certa forma é o que se trabalha do país. Quando uma se pretende abrir uma “filial”, esta deve seguir as normas da “matriz”, não é?
Pois então, as regiões devem seguir as normas e orientações da UEB nacional, bem como os grupos locais seguir as normas e orientações das UEBs nacional e regional. Simples!!!
Sobre o fato de transferir a sede da UEB nacional pra outro lugar, não vejo razão. Em Curitiba está bom. Até que me apresente motivos, não vejo razão para troca.
No mais, concordo com seu ponto de vista e orientações.
Desejo que uma boa diretoria assuma a UEB-RS e alinhem as coisas.
Sucesso!!!
Saudações Maico,
Desfederalizar e adotar os princípios do sistema de franquias vai muito além do que “tentar” padronizar alguams apostilas de curso. Por sinal, a era da apostila já terminou a muito tempo, só em assciações atrasadas segue com as mesmas.
Mesmo assim, se a instituição tivesse uma cabeça forte, não tentaria e nem deveríamos ficar na espectativa de que os cursos fossem dirigidos “como deveriam”.
As primeiras ações de uma franqueadora seria inspirar cofiança, demonstrar competência e deveria OBRIGAR que os filiados à UEB agissem, SEMPRE, exatamente como desenhado.
Como a cabeça é fraca e nem possui a competência necessária, não inspira confiança e nem tem como tentar impor comportamentos de franqueadas.
Como já disse em manifestações anteriores, a questão da política de adultos é igualmente prioritária, é o início de um novo perfil de participantes receptível a idéia da desfederalização e do sistema de franquia.
Com os adultos atuais, que dominam, não vislumbro possibilidade, razão pela qual deposito esperança nos jovens que possuem uma mente mais aberta e receptiva a novas atitudes, sem falar que ainda não estão contamidados pelos conservadores que não admitem reconhecer o atraso do escotismo no Brasil e não querer mudar.
Um detalhe mais, o sistema de franquia pressupõe a manualizção de TODOS os procedimentos, não adianta emitir regras pontuais.
Sobre a questão da transferência da UEB, não se justifica um sede de uma organização nacional estar em uma cidade e Estado, como também seria o caso de Porto alegre, sem expresão nacional e muito menos internacional.
A UEB deveria estar no eixo do poder e potencial para busca de recursos e apoios, não em uma cidade sem potencial e onde tudo é tratado de forma doméstica com a influência direta e pessoal de alguém que, embora útil, não tem a projeção necessária.
O erro do escotismo no Brasil esta no fato de ter sido introduzido por pessoas sem projeção social, ao contrário do que nos EUA onde foi introduzido pela alta e influente sociedade.
O fato da UEB estar sendo dominada por pessoas de baixa expressão social/comunitária que obstaculizam e fazem o possivel para que a UEB seja controlada por pessoas de mais capacidade é um problema crônica.
O problema dos cursos, e apostilas que estariam sendo utilizadas de forma padronizadas, não funcionara porque além de utilizarem um meio ultrapassado (apostilas) são de baixa qualidade.
Enfim, a questão é longa e possui muitas facetas.
Sigo esperando que as diretorias das diferentes instâncias da UEB, não só da UEB/RS, tenham sucesso, entretanto, isso só ocorrerá se tiverem consciências que os modelos nacionais já provaram que não servem e devem buscar em associações de sucesso um novo caminho.
Existe um ditado que sempre tenho presente.
“O importante não é chegar, mas seguir avante, com a mente aberta e consciência que somente fazendo diferente teremos um futuro diferente.”
Mario Farinon
Farinon.
A questão da sede estar fincada em Curitiba talvez passe por duas razões: a isenção do ICMS conferida naquele estado à loja escoteira nacional (assim como em SP e RS) e o fato das inúmeras emendas parlamentares que favorecem o escotismo estarem justamente saindo dessa cidade das mãos de um dirigente escoteiro, que também tem um encargo de vereador na região. Particularmente, não me agrada. Além dos motivos levantados por você, eliminamos qualquer possibilidade estratégica, ou de política de crescimento, ao ficarmos presos ao Paraná simplesmente para usufruir de benesses do poder público.
Sobre a desfederalização, entendo que deveríamos fazer a engenharia inversa. A WOSM admite federação em, segundo ela, “casos especiais, quando razões de ordem cultural e religiosa impeçam uma única associação nacional”; ou seja, este é “desenhado” o caso do Brasil, com o adendo da questão geográfica. É o mesmo caso de Espanha e França que, apesar de possuírem um sistema complexo de associações, nos passam em efetivo e, arrisco a dizer, qualidade em aplicação do método.
A WOSM, assim mesmo, tem se mostrado com uma política ambígua quando se trata de uma só associação por país. Enquanto na Europa ela, a WOSM, é permissiva com a criação de várias associações, na América do Sul há uma pressão para que a política de uma só associação seja colocada em prática.
O que acontece no Brasil é uma federalização velada, sendo que a UEB finge atender nacionalmente e as regiões fingem obedecê-la para não criar problemas. Federalizar o escotismo tem se mostrado uma alternativa em momentos de crises em alguns países. Oficializar uma federação no Brasil poderia, entendo, ser um passo para alavancar o escotismo no país.
Esta “padronização” levada a cabo no Brasil tem se mostrado inócua. No relatório encomendado pela UEB em 2008, Jean Cassaigneau revela que não há congruência na política administrativa da UEB. Atenta, também, à falta de transparência em relação ao associados. Porém, como você pode constatar, começam dita “padronização” por apostilas, um sistema que por si já é caduco, e com desenhos de logotipos, vestimentas etc.
Um abraço!
Saudações Fernando,
Sinceramente eu não saberia te afirmar. Anteriormente não era esta a razão.
De outra parte, o próprio RS tem isenção de ICMS, o que me levar a crer que outros Estados também pudessem ter a mesma isenção.
De outra parte, a questão da loja escoteira, ou, mais precisamente do depósito, já que não atua com “balcão”, não necessita estar junto com a sede nacional da instituição, pode estar em quakqyer Estado.
Enfim, como dizia Jacques Moreillon, a primeira coisa a fazer é decidir que queremos, decidido que queremos, as alternativas e soluções surgirão, o que não pdoemos é ficar levantando obstáculos antes de decidir que queremos.
Palavras dele as quais utilizo no meu dia a dia.
Se houver decisão de mudar, a questão do ICMS é solucionável, ou seja, não vejo impedimento da troca de sede por este motivo.
Grata pela resposta. Ficou claro para mim, e concordo que há a necessidade de se “espalhar” ações bem sucedidas do movimento pelo estado. Todos merecem um escotismo bem feito, com adultos capacitados e recursos.