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6 – Os Adultos no Escotismo

Posted by on 22 de março de 2013

Baden-Powell não se contentou em escrever o livro básico do qual surgiu o Movimento, nem se sentou a esperar resultados, senão que simultaneamente ao editar Escotismo Para Rapazes, iniciou uma série de conferências, primeiro por todo o Reino Unido e mais tarde por diversos países para promover sua ideia, da que ele próprio estava totalmente convencido, e podia-se dizer, enamorado.

 Essas conferências tinham a finalidade de buscar os adultos que se necessitavam para que o escotismo pudesse funcionar corretamente.

 Quando se fala que ele buscava os adultos os quais o Escotismo necessitava, cabe destacar que o Fundador não se contentava em aceitar, no mais, qualquer adulto que chegava ao Escotismo sem maior seleção.

 Baden-Powell sempre pretendeu que os Dirigentes e os Chefes Escoteiros fossem pessoas triunfadoras em sua vida, única maneira para eles servirem de exemplos a serem seguidos pelos jovens.

 Porém, como esses homens não se encontram sob as pedras ou em árvores, a estes homens o Movimento Escoteiro deveria sair à busca.

 Baden-Powell sempre deixou bem claro que não era qualquer adulto que poderia ingressar no Movimento Escoteiro e, para tanto, deveria haver uma seleção prévia.

1 – CAPTAÇÃO:

 O primeiro grande erro que cometemos hoje em dia, no Brasil e países latinos, é aceitar qualquer adulto que se ofereça para ingressar no Movimento Escoteiro.

 A solução é simples: vamos selecioná-los.

 Quando, há mais de 10 anos, foi produzido o documento Os Adultos que Necessitamos, já se destacava a importância e a necessidade da captação. Entretanto, nada foi feito a respeito.

 Não adianta a área de Adultos querer se dedicar a “capacitar” os adultos que ingressam. Para muitos deles, que se submetem e que não se submetem à policita de capacitação da instituição, não existe capacitação que resolva o caso deles.

 Eles, em verdade, nunca deveriam ter ingressado no Escotismo.

 Tive a oportunidade de tomar conhecimento, no escritório central da BSA no Texas, a importância que eles dedicam para a captação de adultos e as ações concretas que realizam a esse respeito.

 Eles chegam ao ponto de se valer de uma empresa de porte nacional para pesquisar a vida de cada adulto que solicita ingresso na BSA.

 Portanto, se a UEB, ou qualquer outra associação escoteira, que não possui um sistema concreto de captação de adultos, pretender se desenvolver, aqui esta um primeiro passo.

 Para os que acham que com isso teremos menos adultos, uma observação, estão certos.

 Nosso problema não é quantidade.

 A UEB é a associação nacional que, proporcionalmente, a que mais adultos possui no mundo.

 O problema é que a grande maioria deles ingressa para se servir e não servir aos nossos jovens.

 Como eu destacava no artigo anterior, muitos adultos priorizam seus interesses e necessidades pessoais relegando, a segundo plano, as dos jovens.

 Por isso que, embora a UEB seja a associação nacional com a maior quantidade de adultos, não se desenvolve e o que mais se ouve é a “falta de adultos”.

 Parece incoerente, mas não é. A UEB tem “falta de adultos”, mas não quaisquer adultos, a falta é de adultos que, como destaquei no primeiro artigo deste Blog, possuam disponibilidade e não sejam:

  • ingênuos;

  • incompetentes;

  • indisciplinados;

  • irresponsáveis; e,

  • destituídos de valores;

 Portanto, espero que, de uma vez por todas, os dirigentes da UEB passem a implementar, de forma concreta, processos para captação e seleção para os adultos que pretendam ingressar no Movimento Escoteiro.

 Lembro: BP dizia que esses adultos devem ser buscados e o que a experiência nos tem demonstrado é que a maioria daqueles que “chegam ao natural”, não servem.

2 – CAPACITAÇÃO:

 A capacitação dos adultos que participam do Movimento Escoteiro é fundamental, mas só será eficaz se os adultos forem aqueles selecionados por atenderem a um perfil prévio definido pela instituição.

 Volto a afirmar: não adianta querer capacitar quem não tem condições de ser capacitado.

 Selecionado o adulto dentro de um perfil previamente definido, a capacitação gerará frutos.

 O segundo aspecto da capacitação, superada a questão do adulto apropriado, está na forma de capacitação.

 É inadmissível que, nos dias de hoje, a UEB e as demais associações latinas sigam insistindo com “cursos presenciais”.

 A maior parte da capacitação necessária para um adulto no Movimento Escoteiro, não precisa ser presencial.

 Os que ainda hoje sustentam a necessidade dos cursos seguirem presenciais não percebem que é porque estamos trabalhando com os alunos errados.

 Me forço a voltar à BSA, em relação a qual possuo uma grande admiração em vários aspectos.

 Para os que são “do contra” em relação a tudo e a todos, antes de nos colocarmos contrários a algo ou alguém temos que ter presente sua utilidade para a instituição, quem é, o quê fez e o quê faz.

 Não adianta querermos ser simplesmente “do contra” em relação ao que funciona.

 Não proponho implantarmos todo o sistema da BSA na UEB, se bem que seria melhor do que temos hoje, mas destaco que ela é uma associação com MILHÕES DE ESCOTEIROS. Enquanto nós, os “donos da verdade”, somos poucos e insignificantes.

 Na BSA, há MUITOS ANOS, a maior parte da capacitação de adultos não está baseada em cursos presencias. Note que eles possuem mais adultos que todo o efetivo da UEB.

 Desde a época das falecidas fitas de VHS, agora substituídas por DVDs, eles disponibilizam aos adultos que selecionaram todo um vasto material para capacitá-los a nível domiciliar.

 Outro aspecto da capacitação, além dos adultos e dos meios para capacitar os adultos, há a necessidade de padronização de alto nível para a capacitação que será oferecida.

 Aqui um destaque para o fato de que a UEB deve parar de querer criar material de capacitação de adultos com voluntários que, procedentes dos mais distintos segmentos da sociedade, não possui capacidade para desenvolver tal assunto.

 É inconcebível imaginar que as equipes de formação regionais possam atuar com base em “suas experiências”.

 Primeiro porque a informação deve ser uma. Segundo, porque a experiência de cada um está limitada à bagagem de cada. E, terceiro, porque muitos membros destas equipes sequer deveriam estar participando do Escotismo.

 Temos que aceitar que ninguém dá o que não tem. Ou seja, BP já destacava que precisamos de adultos triunfadores na sua vida pessoal, eis que é a única forma de servirem de exemplos a ser seguido pelos jovens e de capacitar outro adulto.

 Temos que ter presente que somos diferentes, com competências diferentes e que não basta sermos simpáticos para achar que podemos exercer qualquer atividade, e muito menos ocupar qualquer função, no particular, no Escotismo.

 No Escotismo existem três segmentos básicos para um adulto atuar. Como um colaborador eventual, como escotista ou como dirigente. O que é competente num segmento não precisa, e normalmente não é, competente em outro.

 Um dos maiores erros que se pratica é escotistas acharem que podem administrar a associação, e nós aceitarmos esta realidade.

 As capacitações para ser escotista e par ser dirigentes institucionais são totalmente diferentes.

 Portanto, se pretendemos que a UEB realmente se desenvolva, temos que disponibilizar instrumentos e meios de capacitação que não se limitem a “cursos presenciais” e que esses instrumentos e meios sejam de qualidade, produzidos por quem é profissional no assunto, não um escotista ou dirigente bem intencionado.

3 – ACOMPANHAMENTO:

 Assim como a seleção de adultos já era destacada como importante deste a época de BP, o acompanhamento destes adultos no Movimento é igualmente importante, o que já é destacado desde a publicação do documento Adultos Que Necessitamos.

 Quando se fala em acompanhamento, temos que entender que não quer dizer porque um adulto foi selecionado (e se não foi é pior ainda) que ele não pode vir a demonstrar que sua seleção tenha sido um equívoco.

 Seja porque não se adapta às tarefas que lhe são delegadas, seja porque características pessoais não foram anteriormente detectadas, seja porque seu comportamento não se identifica com os princípios do Escotismo.

 O acompanhamento, portanto, não se limita a que ele se capacite formalmente, mas deve levar em conta tudo o mais que diga respeito a seu comportamento, até porque sua principal função é servir de exemplo aos jovens.

 Neste quesito a UEB é terrível. Não por culpa ou definição da instituição, mas por causa daqueles que exercem e ocupam posição de poder na sua estrutura, pois como alertado por BP, priorizam seus interesses pessoais aos da própria instituição e dos jovens.

 Os exemplos que eu poderia enumerar são infinitos, mas me limitarei aos mais atuais e importantes.

 Na última assembleia regional de 2012 ficou comprovado que a ata da assembleia anterior fora falsificada. Uma instituição séria deveria imediatamente identificar o(s) responsável(eis) e bani-lo(s). Ao contrário, que eu saiba, nada foi feito.

 Em relação à última prestação de contas da UEB/RS (2012), depois da assembleia não aprovar as contas em março e determinar que fossem revistas, a direção regional fez o possível para impedir acesso à documentação.

 Embora eu, pessoalmente, não tenha conseguido acesso a todos os documentos, aos que tive acesso constatei inúmeras irregularidades que foram informadas à direção nacional da UEB.

 Novamente, uma instituição séria deveria imediatamente apurar as irregularidades e identificar o(s) responsável (eis) e bani-lo(s). Ao contrário, que eu saiba, nada foi feito.

 Outro aspecto digno de registro: sabem quantos membros da assembleia regional, além da minha pessoa, foram analisar a documentação da prestação de contas?

NENHUM

 Pior que não irem, quando lhes relato as irregularidades, as ignoram.

 Quer dizer, além de ficar comprovado que a diretoria em questão não deveria estar naquela função, os membros da assembleia demonstraram ser igualmente irresponsáveis por não irem analisar os documentos e, em não analisá-los, aprovar o que não viram.

 Um outro exemplo é que, há alguns anos, chegaram às minhas mãos provas de que um grupo de dirigentes e escotistas tinham por hábito a troca de e-mails com material pornográfico.

 Depois de anos de luta para que estes fossem excluídos da associação, como eles se apadrinharam de alguns dirigentes, ficou por uma simples advertência. Pior, acabo de ver um dos principais distribuidores de material pornográfico em fotos do Ajuri e do Facebook de um candidato à próxima diretoria regional.

 Este pessoal se aproveita da ingenuidade da maioria de nossos adultos, se aproxima e se apadrinha sem que as pessoas saibam quem eles realmente são. Fica aqui um alerta à diretoria regional, que será aclamada no sábado para quem os rodeia, nem todos são o que tentam parecer ser.

 Esta questão pode ser resolvida se a UEB adotar sistemas de acompanhamento e adotar política de “tolerância zero” em relação àqueles que, comprovadamente, praticam atos contra a moral e a nossa instituição, seja falsificando atas, adulterando contas, falsificando comprovantes, distribuindo material pornográfico e muito mais.

 Um adendo: o acompanhamento dos adultos também ter por finalidade realocá-lo em uma função que venha se mostrar mais apropriada à suas características e capacitações.

 Enquanto continuarmos dando uma de ingênuo acreditando que todos têm boas intenções, nos omitindo em relação a nossas obrigações de fazer, não fazer e fiscalizar, de votarmos sem saber do que se trata ou em pessoas que são simpáticas, e não reagindo em relação àqueles que demonstram não dever seguir em nosso meio, a UEB e o Escotismo no Brasil não vai adiante.

 As provas de que o Escotismo do Brasil não avança apontam os adultos como responsáveis, portanto, se pretendemos que o futuro seja melhor, temos que só permitir o ingresso de adultos no Movimento Escoteiro com perfil aprovado e que sejam capacitados adequadamente e que sejam acompanhados em suas funções dentro e fora da instituição.

Mario H. P. Farinon

2 Responses to 6 – Os Adultos no Escotismo

  1. Maico C.

    Por gentileza, explique melhor esta frase e se possível site a fonte da informação: “A UEB é a associação nacional que, proporcionalmente, a que mais adultos possui no mundo.”

    • Farinon

      Usando tuas palavras, quem acompanha as informações do escotismo internacional, sabe que a muito tempo a UEB tem se caracterizado como um Movimento onde os adultos tem a maior presença em relação as demais associações nacionais da OMME.
      Os dados constam de relatórios mundiais e regionais da OMME. Esta é a fonte.
      Este fato já causou, e causa, muito constrangimento em eventos internacionais, é uma realidade mal vista pelas demais associações, já que o Movimento Escoteiro é para Jovens, e não adultos.
      Saudações
      Mario Farinon

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