browser icon
Você está usando uma versão insegura do seu navegador web. Por favor atualize seu navegado!
Usando um navegador desatualizado torna seu computador inseguro. Para mais segurança, velocidade, uma experiência mais agradável, atualize o seu navegador hoje ou tente um novo navegador.

2 – SCOUT e SCOUTING – ESCOTEIRO e ESCOTISMO

Posted by on 11 de março de 2013

Neste artigo não vou tratar da história do Movimento Escoteiro, vou limitar-me a tentar elucidar a confusão reinante em relação aos termos:

SCOUT e SCOUTING

x

ESCOTEIRO e ESCOTISMO

A confusão é tão grande que a própria UEB – União dos Escoteiros do Brasil, principal instituição brasileira de escotismo, por ignorância ou oportunismo, alimenta uma concepção erra para estes termos ao sustentar ações judiciais sobre a matéria.

 O grande equívoco sustentado pela UEB é querer afirmar que o termo ESCOTEIRO é de seu uso exclusivo, quando, em verdade, é um substantivo comum de existência anterior à criação do Movimento Escoteiro.

 Para entendermos o equívoco da UEB temos que ter presente que o termo ESCOTEIRO foi adotado como tradução de SCOUT e que SCOUT significa, originariamente, explorador e mateiro. Temos que entender, ainda, que o termo ESCOTEIRO não se originou do Movimento Escoteiro criado por BP, mas que BP adotou o termo ESCOTEIRO por representar a pessoa cujas qualidades ele queria ver nos jovens que participassem do Movimento Escoteiro.

 Para elucidar o tema passamos a transcrever o texto produzido pelo site do GEBRAPA – 305/SP.

 “A Adoção no Brasil do termo “escoteiro” deve-se ao Dr. Mário Sergio Cardim, principal fundador da Associação Brasileira de Escotismo (ABE), com sede em São Paulo e do Escotismo feminino no Brasil.

Sua utilização nesse sentido não é conhecida em nosso país, quando o Dr. Mário Sérgio Cardim descobriu que o substantivo “escoteiro” representava não apenas o “só”, bem como “pioneiro” e “lépido”, conforme lições de Herculano, Camilo, Gaspar Nicolau, Blutteau, citada pelo filólogo Candido Figueiredo.

Depois de uma palestra na “Rotisserie Sportman”, com Olavo Bilac, Amadeu Amaral e Coelho Neto, decidiu-se o Dr. Cardim pelo termo “escoteiro”, mais parecido com “scout”, e já empregado em Portugal (escutas), pelo Hermano Neves na tradução do livro de Baden Powell “Scouting for Boys”.

Submeteu a confronto os vocábulos “pioneiro”, “adueiro”, “vanguardeiro”, “bandeirante” e “escuta” que eram então propostos.

Esse termo foi oficializado pela Associação Brasileira de Escoteiros, com sede em São Paulo, em seus estatutos impressos na casa Vaberden, em 1915, registrado na 1ª circunscrição de São Paulo, naquele ano, de acordo com a lei.

Conforme o Relatório de 1914/16 da A.B.E., o Dr. Mário Sergio Cardim sustentou pelas colunas de “O Paiz” uma amistosa discussão com o Dr. Olympio de Araujo, membro da Academia Mineira de Letras, que defendia o termo “bandeirante”.

Afirma o referido relatório, na página 4: “Provamos então que “escoteiro” significa também corajoso, esperto, destro, etc…, e que, “bandeirante” tinha o inconveniente de poder denunciar uma preocupação regionalista.”

As organizações escoteiras que funcionaram no Brasil, antes da A.B.E., segundo nos consta, usavam ainda denominações em idioma estrangeiro, como é, o caso do “Centro de Boys Scouts do Brazil” no R.J.

Também foi o Dr. Mário Sergio Cardim que utilizou pela primeira vez o termo “Sempre Alerta” para tradução de “Be Prepared”.

 Além do texto acima, também me socorro de um texto postado recentemente, por Fernando Robleño, que diz o seguinte.

 “O vocábulo “escoteiro”, diferentemente do que se prega, não foi inventado pelas associações escoteiras. As primeiras aparições do termo “escoteiro” datam antes mesmo de Baden-Powell ou, no caso do Brasil, antes de Sergio Cardim (que, como todos sabemos, escolheu essa palavra, entre outras, para definir os praticantes do escotismo). Em 1879, por exemplo, a palavra “escoteiro” apareceu na obra “Cancioneiro Alegre”, de Camilo Castelo Branco.

Pode ser visto, também, em “Lendas Indígenas”, de Gaspar Duarte, em 1858.

O vocábulo “escoteiro”, que até então era de uso comum, foi tomado de posse pelas associações escoteiras, todas elas. O termo só foi dicionarizado em 1780, e a inclusão do sinônimo “integrantes de um corpo ou unidade escoteira (sem fazer referência a uma associação) décadas mais tarde.”

 Além disso, mais do que entender a origem do termo escoteiro, oportuno termos presente o significado do termo que lhe deu origem = SCOUT, que, traduzido do inglês literal, é o explorador, mateiro.

 BP define SCOUT como:

Um explorador ou esclarecedor militar, que, como sabem; é em geral, no exercito, um soldado escolhido por sua inteligência e coragem para ir adiante das tropas, descobrir onde se acha o inimigo e, informar ao combatente tudo o que puder averiguar a seu respeito. Mas, além desses exploradores que prestam serviços na guerra, há também os exploradores que servem na paz – homens que em tempos de paz executam tarefas que requerem a mesma dose de coragem e de engenhosidade. São os homens que vivem nas fronteiras do mundo civilizado.”

 BP define SCOUTING como sendo:

A ciência do explorador, difere da espionagem no que respeita somente a colher informações sobre o inimigo ou seu país no decurso normal da carreira militar.”

 “- Scout é uma palavra familiar para as crianças da Inglaterra. Em 1900, ainda antes da libertação de Mafeking, apareceu uma série de histórias intituladas ‘The Boy Scout Scarlett’ e, a ‘New Buffalo Bill Library’ editada pela The Boy Scout na mesma ocasião.”

 Feitas estas considerações inciais, está esclarecido que antes mesmo de BP, originariamente, o termo SCOUT era adotado para denominar o explorador, o mateiro e, SCOUTING, a ciência de explorar.

 Assim, exemplificando, SCOUT está para SCOUTING, como o Nadador esta para a Natação.

 Portanto, quando na literatura pré-criação do hoje denominado Movimento Escoteiro utilizamos o termo SCOUT, estão falando de exploradores e mateiros, e, quando utilizam o termo SCOUTING, estão falando da atividade mateira e de explorar do SCOUT.

 Na literatura de BP constata-se que ele mesmo utilizava estes termos antes mesmo de criar o Movimento Escoteiro.

 Assim, que fique bem claro que os termos SCOUT (escoteiro) e SCOUTING (escotismo) não se originaram do Movimento Escoteiro criado por BP, mas ao contrário, BP utilizou estes termos porque pretendia que os jovens do Movimento Escoteiro fossem capacitados para se tornarem tão aptos quanto os SCOUT, através da prática do SCOUTING.

Portanto, SCOUT e SCOUTING, e, ESCOTEIRO e ESCOTISMO não são nomes próprios originários do Movimento Escoteiro, mas substantivos comuns que denominava exploradores e mateiros e a ciência do que praticavam.

Feitas estas considerações, espero que os dirigentes da UEB cumpram com nossos princípios, respeitem a verdade, parem de tentar fazer valer direito que não tem e de gastar os recursos da instituição, de nossos jovens, com processos judiciais infundados e sem qualquer objetivo prático.

A UEB deve continuar a ser a instituição brasileira de escotismo mais importante, não pela tentativa de eliminar os que dela se afastaram, mas pela demonstração de competência que não teve ao gerar o afastamento dos mesmos.

No próximo artigo trataremos, especificamente, da razão da criação do Movimento escoteiro, o que o presente artigo já nos identifica como sendo o interesse de formar exploradores e mateiros, de confiança e saudáveis, para garantirem o controle das colonias por parte da Inglaterra.

Mario H. P. Farinon

8 Responses to 2 – SCOUT e SCOUTING – ESCOTEIRO e ESCOTISMO

  1. Fernando Robleño

    Farinon. Grato por compartilhar, por intermédio da internet, seu tempo e experiência na causa escoteira.
    Um abraço;
    Fernando Robleño.

  2. Marcus

    Portanto, no meu entendimento, os nomes não poderiam ser registrados, certo?

    • Farinon

      Saudações Marcus,
      No meu entender não pode ser registrado.
      A alguns anos a OMME publicou um material denominado “O Movimento Escoteiro: Um sistema Educativo”.
      Neste material, ao tratar do Marco Simbólico a própria OMME faz constar:
      “A origem do termo “Scout” origina-se dos soldados do exército que faziam reconhecimento de terreno para ver se o trajeto era seguro para os demais e que sobreviviam graças a seu conhecimento da natureza e suas habilidades pessoais.”
      Portanto, como já dito, BP adotou uma denominação já existente, ou seja, não a criou.
      Farinon

  3. Reinaldo Marques Filho

    Meu estimado Mário, saudações escoteiras. Ví, revi, aprendi mais ainda e gostei pela eloquência desse assunto tratado e, da forma como exposto com um forte domínio de conhecimento trazido pelos longos anos de dedicação e vivencia escoteira.Como admirador profundo desde há muitos anos de vossa pessoa, o quanto representou e representa nos dias atuais no nosso Escotismo Nacional.Através dessas atitudes conscientes e encorajadoras é o que vemos como norte para o amanhã ainda obscuro.Portanto, meu digníssimo Chefe,obrigado pelas ações ponderadas e coerentes, sempre com uma razão e norteada ao fazer valer de verdade os Princípios Escoteiros.Com profundo apreço e admiração, receba o meu muito obrigado.Do sempre vosso fiel admirador, Sempre Alerta!Reinaldo M.Filho

  4. Gilmar Gonçalves

    Sempre soube que dentro da UEB existem pessoas que tem o bom senso de serem bons dirigentes, Farinon se eu fosse delegado ao Congresso da UEB eu faria campanha e votaria em você lembro de sua gestão como uma das mas se não a mais promissora das gestãos que a UEB ja teve. Parabéns pela coragem e pelo bom senso.

    • Farinon

      Saudações Gilmar,
      Agradeço tuas palavras. Minha gestão teve pontos positivos e tentei algumas soluções. Alguams deram certos, outras não.
      Tenho consciência que cometi erros e confiei em pessoas que não devia.
      Enfim, a vida é um aprendizado infindável.
      Depois de minha gestão tive oportunidade de conhecer outras associações escoteiras nacionais, seus sucessos e fracassos, o que me peprmitiu identificar erros e acertos de minha gestão.
      Hoje estou mais convicto do que nunca que para uma associação escoteira progredir inicia por garantir que seus membros tenham um comportamento dentro de nossos princípios, ou seja, vivenciem nossos princípios, sob pena de perdermos a identidade do Movimento Escoteiro.
      Bem, resolvi criar este blog para poder registrar idéias que coletei e que podem ser proveitosas para os que as compreenderem a utiliza-las.
      Até breve.

      Farinon

  5. Mauro Matiotti

    Sempre Alerta!

    Bom dia Chefe!

    Gostei muito de seu texto. Fica muita clara esta definição!

    Grato

    Mauro Luis Borges Matiotti
    Grupo Escoteiro Marista Irmão Dionysio Tonial 301RS

    • Farinon

      Saudações Matiotti,
      É importante termos presente do que estamos falando para evitar nos nos afirmar como verdade o que não é.
      Farinon.

Deixe uma resposta para Farinon Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *


− 6 = um

Você pode usar estas tags e atributos de HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <strike> <strong>